sábado, 25 de agosto de 2007


Gostaram da brincadeira?
Infelizmente não é possível verificar o texto corrigido, pois só assim fica mais interessante. Aguardem mais textos pessoal e obrigado pela visita mais uma vez!

Jogo dos sete erros: tente descobrir sete erros de Português neste texto.Boa sorte pessoal!

O Rio de Janeiro continua lindo.




Certa vez, um amigo do meu pai me falou à respeito da primeira viajem que ele fez ao Rio de Janeiro, durante suas férias tão merecidas.
Por ter nascido e sido criado em uma pacata cidade de interior, ele se sentiu bastante deslocado, em meio ao incessante e intenso tráfico de veículos. Acabou arrependendo-se por ter criado coragem de sair sozinho.

Haviam tantas pessoas transitando pelas ruas, que ele acabou perdido e quase em pânico. Além disso, sentiu uma grande tristeza ao deparar-se com alguns mendingos esmolando.

Como se não bastasse tudo isso, acabou sendo assaltado. Teve de apelar para estranhos, em troca do dinheiro necessário para retornar de ônibus.

Então percebeu que já marcavam cinco horas da tarde o seu relógio. Ele estava faminto e exausto. Quando chegou à casa de seus parentes, já era noite. Embora o cansaço dominasse todo o seu corpo, não conseguiu dormir facilmente. O trauma ainda lhe acrescentou uma terrível e cruel insônia. Precisou tomar um remédio para dormir, o que nunca havia sido necessário antes, nas noites tranqüilas de sua terra.

Decidiu, assim, não esperar o término das férias para retornar à sua simples e tranqüila vida no interior. Sentia saudades de tudo e até do nada que tinha para fazer nas horas de folga. No entanto, como a coragem nunca lhe falta, ainda voltou várias vezes ao Rio de Janeiro. Mas sempre procura enxergar-lhe com outros olhos, buscando a inesquecível beleza desta cidade fascinante.

Texto de Rosaly Patrício Fonseca

sexta-feira, 3 de agosto de 2007


A princípio pode parecer um preconceito linguístico, mas falar sobre o vasto conteúdo da Língua Portuguesa e não mencionar os erros de ortografia que nos rodeia não seria tão interessante assim.
Portanto, temos que valorizar sim o processo comunicativo da nossa Língua.Ou como não se divertir assistindo aos premiadíssimos filmes de Mazaroppi e vê-lo transmitir tão bem a linguagem caipira de seu povo, ou então dar gargalhadas de "seu creiçon".
Falar ou escrever corretamente sim, afinal somos profissionais da área.Porém, devemos considerar toda e qualquer manifestação da comunicação no nossso dia-a-dia,seja ela "incorreta" ou esteticamente feia de se falar ou escrever.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Muitas vezes nos deparamos com situações que exigem um pouco das nossas habilidades gramaticais. Ao escrevermos um vocábulo inconstante no nosso cotidiano, por exemplo,a dúvida aparece e com ela a famosa pergunta "como é que se escreve?". São estes casos que nos fazem refletir ás vezes sobre como anda o nosso português. Por isso dêem suas susgestões de palavras, as quais vocês tenham dúvidas em relação à escrita das mesmas, para podermos pesquisar juntos, ok? Vamos fazer deste Blog um espaço interativo onde sempre possa se discutir a nossa língua portuguesa.

sexta-feira, 23 de março de 2007

"Danço eu, dança você na dança da solidão"


Corria o tenebroso ano de 1972. Os milicos ainda (des)mandavam no país, mas, como não há mal que sempre dure (nem bem que nunca acabe), o outro lado da moeda nos dava maravilhas como o antológico disco "A Dança da Solidão", do delicadíssimo Paulinho da Viola. (Por falar em delicadeza, é inevitável lembrar "Os Ombros Suportam o Mundo", de Drummond: "Alguns, achando bárbaro o espetáculo, prefeririam [os delicados] morrer. Chegou um tempo em que não adianta morrer. Chegou um tempo em que a vida é uma ordem. A vida apenas, sem mistificação". Esse poema [de "Sentimento do Mundo"] foi publicado em 1940, mas parece ter sido escrito na semana que vem.) Pois bem. O lado B do bolachão de Paulinho começava com a pungente "Dança da Solidão" (sem o artigo "a" mesmo antes de "dança"), em cuja letra se encontram estes versos: "Desilusão, desilusão, / Danço eu, dança você / Na dança da solidão". Posso estar enganado, mas acho que em 1972 o verbo "dançar" ainda não tinha o sentido que assumiu na gíria há algum tempo. Se já o tinha, a dupla leitura (a literal e a giriesca) do verbo "dançar" parece enriquecer ainda mais o poema. Pois era aí que eu queria chegar. Há algum tempo, a Fuvest elaborou uma questão a partir deste texto: "Para se candidatar a um emprego, o recém-formado compete com levas de executivos de altíssimo gabarito, desempregados. O jovem, sem experiência, literalmente dança". A banca pedia aos candidatos que comentassem a (in)adequação do emprego do advérbio "literalmente". Esse advérbio é da família da palavra "letra" (do latim "littera"). "Literalmente" significa "ao pé da letra", ou seja, usado com o sentido literal, original. É claro que, no texto da questão da Fuvest, o jovem não dança "literalmente", já que não se põe a bailar quando ou porque não consegue emprego. Na verdade, "literalmente" parece ter sido usado como um elemento de reforço. Caro leitor, se você acha que toda essa conversa sobre "dançar" vai desembocar na nossa deputada-dançarina, acertou! Parodiando-se a questão da Fuvest, pode-se dizer que em "A deputada dançou no plenário" o verbo "dançar" foi usado em seu sentido literal, mas parece que o Brasil clama por que seu significado passe a ser o da gíria. Na verdade, já há quem diga que, com aquela dança (que me nego a classificar -gente mais preparada do que eu já o fez de forma impagável), a deputada já dançou, talvez não neste mandato (ela certamente teria a seu lado inúmeros deputados-dançarinos, que a poupariam da guilhotina), mas provavelmente no próximo. Mas voltemos a Drummond e a seu atual e premonitório "Os Ombros Suportam o Mundo". São estes os primeiros versos do poema: "Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. / Tempo de absoluta depuração". Pois é. Nada nos surpreende mais neste circo de horrores, mas nosso tempo é mesmo de depuração? Ou, como diz Drummond em outro de seus antológicos poemas ("A Flor e a Náusea"), "o tempo não chegou de completa justiça. / O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera"? A palavra é sua, caríssimo leitor. Por enquanto, acho que todos dançamos (não literalmente). É isso. Coluna publicada no dia 30 de março de 2006, no jornal "Folha de São Paulo".