O Rio de Janeiro continua lindo.
Certa vez, um amigo do meu pai me falou à respeito da primeira viajem que ele fez ao Rio de Janeiro, durante suas férias tão merecidas.
Por ter nascido e sido criado em uma pacata cidade de interior, ele se sentiu bastante deslocado, em meio ao incessante e intenso tráfico de veículos. Acabou arrependendo-se por ter criado coragem de sair sozinho.
Haviam tantas pessoas transitando pelas ruas, que ele acabou perdido e quase em pânico. Além disso, sentiu uma grande tristeza ao deparar-se com alguns mendingos esmolando.
Como se não bastasse tudo isso, acabou sendo assaltado. Teve de apelar para estranhos, em troca do dinheiro necessário para retornar de ônibus.
Então percebeu que já marcavam cinco horas da tarde o seu relógio. Ele estava faminto e exausto. Quando chegou à casa de seus parentes, já era noite. Embora o cansaço dominasse todo o seu corpo, não conseguiu dormir facilmente. O trauma ainda lhe acrescentou uma terrível e cruel insônia. Precisou tomar um remédio para dormir, o que nunca havia sido necessário antes, nas noites tranqüilas de sua terra.
Decidiu, assim, não esperar o término das férias para retornar à sua simples e tranqüila vida no interior. Sentia saudades de tudo e até do nada que tinha para fazer nas horas de folga. No entanto, como a coragem nunca lhe falta, ainda voltou várias vezes ao Rio de Janeiro. Mas sempre procura enxergar-lhe com outros olhos, buscando a inesquecível beleza desta cidade fascinante.
Texto de Rosaly Patrício Fonseca